FIESC articulou a simbiose entre a indústria e o Estado de Santa Catarina, pavimentando o caminho para o crescimento do setor.
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O governo de Celso Ramos foi pioneiro no Brasil na implantação do orçamento plurianual. O plano de metas (Plameg) foi delineado ainda quando Ramos presidia a FIESC, e contemplava temas centrais para o desenvolvimento industrial como educação e infraestrutura - Foto: Acervo Cultural FIESC

A fundação da FIESC, no dia 25 de maio de 1950, ajudou a superar entraves que retardavam o desenvolvimento do Estado. A Federação aumentou a representatividade do setor industrial em Santa Catarina e no País, e as demandas da indústria aram a ser endereçadas de forma mais assertiva. A implantação dos departamentos regionais do SENAI e do SESI foi essencial ao desenvolvimento industrial do Estado, conforme está detalhado mais à frente nesta edição. A FIESC também foi muito relevante para a infraestrutura, o financiamento da indústria e para a construção de um ambiente favorável aos negócios no Estado, que perdura até hoje. A articulação entre os setores privado e público promovida pelo fundador Celso Ramos foi a espinha dorsal dessa trajetória. 

Celso Ramos pertencia a uma família influente de Santa Catarina. Seu irmão, Nereu Ramos, foi vice-presidente da República entre 1946 e 1951, chegando a assumir a presidência durante alguns meses. A família possuía negócios na Serra Catarinense, com destaque para a pecuária e a indústria madeireira. No setor da madeira, Ramos fundou um dos primeiros sindicatos patronais do Estado. Esse seria um dos sete sindicatos que formariam a FIESC em 1950.

Entre as realizações de Ramos à frente da FIESC destacam-se estudos aprofundados sobre a economia catarinense e a realização dos Seminários Socioeconômicos em todas as regiões do Estado. Esses eventos reuniam empresários, economistas e gestores públicos para discutir os desafios e oportunidades, abrindo-se o debate a questões sociais, de infraestrutura e planejamento, fomentando políticas industriais e ações voltadas ao crescimento. Os seminários contribuíram para a formação de uma visão de longo prazo e a criação de mecanismos de incentivo ao setor produtivo.

Tudo isso seria implantado em Santa Catarina pelo próprio Celso Ramos que, após cinco mandatos consecutivos à frente da FIESC, renunciou em 1961 para assumir o cargo de governador do Estado para o qual havia sido eleito no ano anterior. Seu programa de governo, o Plameg (Plano de Metas do Governo), era baseado nos resultados dos seminários. Ficou conhecido como o primeiro orçamento plurianual do Brasil, em contraste com as istrações improvisadas do período.

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Associativismo em alta: 7 sindicatos patronais fundaram a FIESC. Atualmente há 142 sindicatos filiados, o maior número dentre as Federações das Indústrias do Brasil - Foto: Acervo Cultural FIESC

O Plameg frutificou. Muitas escolas foram abertas ao longo da gestão de Ramos, que se encerraria em 1966. Os investimentos em infraestrutura corresponderam a mais de metade das receitas do Estado. O plano de governo previa a criação de instituições como o Banco do Estado de Santa Catarina (BESC), a Universidade para o Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina (Udesc) e a Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), dentre outras organizações. A criação do Fundo de Desenvolvimento de Santa Catarina (Fundesc) financiou a expansão da indústria. Empresários tornaram-se secretários de Estado, aproximando o setor do Governo e influenciando suas decisões.

O ato fundador da FIESC marcou a essência da organização, a de moldar o futuro da indústria de Santa Catarina. Desde então a Federação atua nessa direção, olhando para frente, conforme as demandas de cada tempo. Suas várias áreas de atuação – educação, saúde, inovação, tecnologia, articulação institucional – se alinham para oferecer soluções de acordo com os fatores de competitividade da indústria, no presente e no futuro. O mapa dos caminhos a serem trilhados é atualizado continuamente. “O crescimento econômico é uma relação de causa e efeito, e para que aconteça é preciso realizar ações na direção correta”, diz José Eduardo Fiates, diretor de Inovação e Competitividade da FIESC.

Um importante trabalho da FIESC nessa direção, realizado em 2012, foi o Programa de Desenvolvimento Industrial Catarinense 2022 (PDIC 2022), que serviu de base para a política industrial do Estado e como referência para as ações da FIESC. Durante a pandemia do coronavírus foi criado o Programa Travessia, com o objetivo de superar a crise e reinventar o futuro. Atualmente o Plano Avança SC Indústria busca setorizar e planejar o desenvolvimento estadual de forma estratégica, integrada e conforme a vocação de cada município, com base em um conjunto de estratégias, políticas e ações coordenadas resultante de diversas iniciativas da FIESC ao longo dos anos. “Consolidando sua vocação histórica, mais uma vez a FIESC contribui decisivamente para a construção do futuro da indústria catarinense”, afirma o presidente Mario Cezar de Aguiar.

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Canteiro de obras: no governo de Ramos, infraestrutura ficava com metade do orçamento do Estado - Foto: Acervo Cultural FIESC

Maior investimento da história da FIESC

Cerca de R$ 1,4 bilhão estão sendo aplicados pela FIESC entre os anos de 2019 e 2025. É o maior volume de investimentos já realizado pela Federação. Várias frentes estão sendo atendidas, com destaque para a educação. Além da construção de novas escolas de referência, novos laboratórios de ensino e a consolidação do Centro Universitário, o UniSenai, a capacitação e a remuneração de todos os professores foram contempladas. O objetivo principal é formar pessoas nos mais diversos níveis – do ensino fundamental à pós-graduação para atender à demanda da indústria por capacitação de trabalhadores aptos a desenvolver os conceitos de Indústria 4.0.

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Escola SESI de Referência em Videira - Foto: Arquivo FIESC

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