
O Porto Itapoá prepara-se para o início das obras de ampliação do canal de o à Baía da Babitonga, que vai aumentar a profundidade para 16 metros, permitindo a navegação de embarcações de até 366 metros de comprimento. Estimada em R$ 354 milhões, a obra será feita através de uma inédita parceria público-privada: o valor será financiado pelo terminal privado, que será ressarcido através das tarifas pagas pelos navios à autoridade portuária. A do contrato foi celebrada no último dia 21 de março, e a proposta é finalizar o projeto antes de 2027.
“A obra representa um marco importante para a logística e a competitividade portuária de Santa Catarina. Para o Porto Itapoá, que quer se tornar o maior terminal portuário da América do Sul, é essencial para garantir a segurança da navegação e aprimorar a eficiência das operações”, considera o presidente do terminal, Ricardo Arten.
A ampliação vai beneficiar também o Porto de São Francisco do Sul, responsável pelo processo de licitação da obra. Com vocação para cargas gerais ou a granel, como petróleo e derivados, soja, milho, ferro e aço, o porto público também conta com um corredor de exportação instalado na zona primária, onde as empresas Terlogs e Bunge e a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) operam. O complexo conta ainda com o Terminal Graneleiro Irineu Bornhausen, conectado com ferrovia e rodovia e capacidade diária para até 120 vagões e 150 caminhões.
Na era dos supercargueiros – embarcações com até 400 metros de comprimento, capazes de transportar, em uma só viagem, mais de 20 mil TEUs –, os portos que não estiverem preparados para operar com tais dimensões serão relegados a segundo plano no mercado global de logística marítima. É por isso que obras como a da Baía da Babitonga são cruciais para manter a competitividade e atrair novos investimentos.
Cem quilômetros ao sul, a Foz do Rio Itajaí-Açu também demanda constantes obras de dragagem graças aos sedimentos trazidos pela imensa bacia hidrográfica que ali desemboca. Mas outra questão é fundamental para manter a competitividade e garantir que os investimentos da Portonave em seu cais tenham real efeito: completar a segunda fase das obras da bacia de evolução para permitir a entrada de supercargueiros nos portos de Navegantes e Itajaí.
A recente federalização do Porto de Itajaí, após imbróglio que se arrastou desde dezembro de 2022 e que deixou um porto que movimentava meio milhão de contêineres por ano praticamente parado, parece sinalizar para um recomeço e, espera-se, uma aceleração nas obras. Desde o dia 2 de janeiro a Autoridade Portuária de Santos (APS) controla o porto, que até então era municipal. Com a definição, contêineres e outras cargas voltaram a circular nos cais do porto. A dragagem também foi homologada, restabelecendo os calados operacionais do porto de, no mínimo, 13,6 metros.
